quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Halo

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Meus leitores inexistentes, sentiram falta? É óbvio que não... Sumi porque quis, e voltei agora porque quis. O que se passa comigo, devem estar se perguntando? Por incrível que pareça, estou feliz. Feliz! FE-LIZ! Por que? Porque encontrei alguém que mudou minha forma de pensar. Encontrei alguém que me faz feliz. É estranho... Eu comecei a pensar que ela não me amava, que me abandonaria, mas ela sempre consegue provar o contrário. E agora, que não tenho escudos? Agora eu vou me arriscar, como fiz da última vez. Mas dessa vez vai ser diferente. Mesmo que um dia ela me deixe, vou ser agradecido por ter a conhecido, e por ela ter amado esse monstro chamado Luccas. Existe louco pra tudo, não é? Hahahahaha
Bom, vamos arriscar, e ver no que isso vai dar.
Não posso negar... Estou realmente feliz.
Eu te amo, Ana Julia. Obrigado.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O processo de Individualização - somos todos sós

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Esse era um dos textos que há muito tempo quis postar, mas sempre tive preguiça e/ou falta de tempo, por ser uma coisa em que penso quase todos os dias, então muitas vezes acabo mudando de ponto de vista.

Todos nós somos seres conscientes.Cada um de nós tem uma mente. Mas afinal, o que é nossa mente? Algo simples? Complexo? A nossa mente é um enorme salão escuro, esperando ser desvendado. Só que, como nos desvendamos? Por religião? Filosofia? Não acho que seja isso, na verdade. Cada um começa a desenvolver seu "eu" interior e se descobrir em uma certa época, certa idade, mas não é determinado. Muitas vezes pensamos que temos companhia, amigos e etc. De certa forma, estamos certos, temos sim companhia e pessoas ao redor. Mas e o nosso âmago? Nossa "alma"? No nosso profundo, somos todos sozinhos, buscando descobertas sobre nós mesmos, esperando que seu salão escuro se torne claro. No nosso âmago, estamos todos perdidos...
Cada um com seu salão, seu segredo, seu universo dentro de si. Como nos descobrimos? Como nos conheceremos? Sofrimento! Sofrimento é a resposta, ou talvez, uma delas. No sofrimento, é onde temos maior tendência a nos afastar das pessoas, e conseqüentemente, refletir sobre nós mesmos. Uma coisa que me convence disso, é que geralmente os maiores gênios foram pessoas tristes e ou que sofreram muito na vida. Só que não saio procurando qualquer tipo de sofrimento. Aliás, não é todo tipo de sofrimento que me faz progredir nisso. São só aquelas decepções profundas, onde você é "quebrado" em mil pedaços. Aí é onde começamos a descobrir o que somos, o que queremos, o que podemos e o que fizemos. Aí é onde você começa a se tornar uma pessoa "individual". Aí é onde começa seu caminho para o auto-descobrimento. Com o tempo, fui deixando de acreditar que era uma pessoa forte e que amava a vida, para descobrir que era uma pessoa fraca, indiferente, carente, filha da puta e que tem medo demais... Que vai ficar em cima do muro vendo tudo acontecer, e vai rir no final. Pois é, eu não sou tão satisfeito com o que eu já descobri sobre mim. Afinal, quais são os humanos que prestam? Consigo contar nos dedos... O que sabemos? Nada! Como dizia Fernando Pessoa:

"Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?"

Odeio subestimar os humanos, mas... O que somos? O que sabemos? NADA! Somos pessoas fracas que ainda têm medo do escuro e quase nunca tentamos combater esse medo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Back

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Pois é, esse blog ficou às moscas. Já que tenho um pouquinho de tempo e disposição agora, provavelmente vou poder encher isso daqui de posts novos. hmm
Primeiro excluí os posts de músicas, para organizar e postar depois toda de uma vez. Well, lá vai...

Esses dias tenho sofrido uma puta perseguição... Religiosa... Na escola, em casa, na rua; está me deixando louco. Sou Ateu e sou satisfeito com isso, mas é incrível como somos discriminados por religiosos. Nunca tive vergonha ou medo de dizer que era Ateu, mas hoje em dia, nos olham como se fossemos animais, então eu começo a sentir certo receio e tenho que "engolir sapo" muitas vezes por não poder dizer o que realmente quero.
Nunca tive problema nenhum com religiosos, aliás, tenho muitos colegas que vão à igreja e etc., e nunca tive nenhum problema sério com isso. Mas eu não entendo, por que sempre pensam que são melhores a nós? Pode não parecer, mas GRANDE parte dos cristãos acham que são humildes quando na verdade "desprezam" quem é de outra religião e/ou quem não segue nada. Hipocrisia, preconceito, intolerância... A família do meu pai começou a querer me arrastar a igreja deles, mas quando eu disse "err, não quero ir porque sou Ateu", eles quase tiveram um ataque. Na escola converso muito isso com um colega que ainda é "indeciso". Mostro a ele minhas idéias sempre, e consigo manter uma conversa legal. Mas sempre vem um outro que é Cristão, se achando o dono da verdade, pondo sua doutrina num pedestal, achando que quem não a segue é errado, imoral e indigno. Cara, como isso me irrita...
Hoje mesmo, conversando com esse colega, ele disse que não acreditava em divindades, mas achava que existia "alguma coisa além" do que vemos... É um argumento construtivo, entendi o lado dele, apesar de não concordar muito. Até que veio uma menina que aliás também é minha colega, e disse:
"Jonathan (nome desse colega), você acredita mas não quer acreditar!!" (?) e ainda disse para ele parar de "tentar mudar a mente". Eu fiquei calado...
Afinal, QUAL O PROBLEMA DE QUERER ABRIR A MENTE? Qual o maldito problema?
Isso me deixa puto, não posso nem fazer a escolha de não seguir religião alguma? Não posso pensar do meu jeito? Tenho que aceitar uma doutrina que não concordo? E o pior, tenho que ficar ouvindo de gente bitolada que sou uma pessoa "errada"?
Isso não está certo...

domingo, 6 de setembro de 2009

Sente-se ao meu lado, senhorita Dor.

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Pois é... É incrível como simples palavras podem te fazer se sentir a pessoa mais feliz do mundo como também podem te partir em mil pedaços. Esses dias tem sido meio estranhos e difíceis pra mim. Para começar, o "ex-amor da minha vida", pessoa que ainda tenho muito respeito e ainda significa coisas pra mim, me disse que sou cruel e insensível. Mesmo dizendo coisas "bonitas" depois, isso realmente me quebrou o coração. Se isso viesse de qualquer outra pessoa, eu no máximo daria uma risada, mas dela... Realmente doeu. Eu que sempre fiz o melhor que podia por ela, daria tudo para vê-la feliz sem pensar duas vezes... Fui chamado de cruel e insensível... Fazia um tempo que não sentia meu coração tão pesado. Passei a noite chorando e me controlando para não pegar algo afiado para enfiar no braço. E com isso, todo o medo que sinto veio à tona. O profundo medo de cometer erros denovo com as pessoas e elas me abandonarem. Sei que isso parece egoísmo, carência, etc., mas sempre sinto que do nada as pessoas vão sumir da minha vida por minha culpa, e obviamente fico realmente triste e com raiva de mim mesmo...
Atualmente estou sentindo muito medo mesmo. Medo do futuro, medo do presente, medo das pessoas, medo da vida... Minha madrinha descobriu que está com câncer. Eu não quero perdê-la também. Estou sendo pressionado na escola, e tenho medo de não passar no vestibular. Estou sendo pressionado pela garota que está meio afim de mim...
Está ficando difícil lidar com tantas coisas ao mesmo tempo, e sinto meu coração se enchendo de mágoas e medo. Por mais forte que eu tente ser, parece que não consigo. Tenho que admitir, uma das coisas que eu mais "preciso" e sonho em ter, é alguém que possa me proteger de tudo. Covardia? Fraqueza? Idiotice? Provavelmente. Queria alguém que pudesse ficar comigo pra sempre. Mas acho que é impossível... Eu já tive essa pessoa, mas ela me mostrou que nada dura pra sempre, que até mesmo a pessoa que você mais ama pode te quebrar, e que você sempre pode ser substituído. São fardos difíceis de se carregar, mas pelo menos não me decepciono tanto com as pessoas... Freqüentemente penso em desistir de tudo, mas também estou com medo disso. Ainda tenho um fiozinho de esperança de que minha vida pode mudar. Mas eu não consigo fazê-la mudar.
Coisas que não aconteciam começaram a acontecer... Estou com medo e preciso descansar dessas coisas. Eu só quero um tempo sem dor e/ou medo. É pedir demais?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Da morte

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Pois é... Fiquei um bom tempo sem passar por aqui, porque além da preguiça de postar, tenho que estudar agora... Enfim, lá vai a minha versão da morte.

Todos nós nascemos e sempre soubemos que um dia iríamos morrer. Só que, nem todos pensam sobre o que é morrer. Religiões e mitos muitas vezes dizem que há a vida após a morte, logo, a morte não é "nada de mais". Mas como sou cético, nunca consegui achar alguma vantagem em morrer.
Morte é o fim. A desgraça. O derradeiro.
Fim do seu corpo, sua consciência, de todo o seu "eu". Quando você é enterrado, não é só o seu corpo que vai embora, mas toda a sua história, todas suas vitórias, conquistas, derrotas, superações, amores, pensamentos, momentos... Toda a existência que você era e gerava, se vai. Some. Tudo some. Me deprimo quando lembro da minha avó... Quando ela morreu, a primeira coisa que pensei foi o "seguir em frente". E eu segui em frente, durante muito tempo... Mas depois a saudade batia, eu sonhava com ela, lembrava dela... A cada lembrança feliz que eu tinha, ficava mais triste... Porque ela me fazia feliz, mesmo com toda a implicância, e discussões que tínhamos às vezes... Ela foi embora e nunca mais vai voltar. Todos os momentos que passei com ela, tudo que ela me disse, foi embora junto com ela. Minha avó não existe mais, e nunca vai voltar a existir. Sinto falta dela até hoje, e sempre vou à casa onde ela morava, que hoje está abandonada, e fico um tempo lá.. Vejo o jardim que ela tanto cuidava está cheio de mato hoje, vejo o chão sujo, as coisas bagunçadas... Lembro de quando eu ficava naquela varanda sentado enquanto ela tomava conta de mim, lembro dela fazendo coisas na cozinha, procurando coisas que meu avô sempre perdia... Isso sempre me deixa péssimo.
Ela era uma pessoa viva! E o que é hoje? Hoje é apenas uma galeria de lembranças...
Apenas imagens, alguns trechos de vozes, alguns momentos... É a isso que uma pessoa se reduz, por mais importante que seja? Lembranças? É injusto. Ela sempre quis me ver formado, mas nem a 8º série me viu chegar. As coisas que ela tanto amava, como sua casa, seu jardim, se foram... Estão abandonados, diferentes. Estão mortos.
Até as lembranças que guardo com tanto carinho, começam a sumir. Daqui a um tempo sei que não poderei lembrar com exatidão o rosto dela, sua voz, ou as coisas que fez. O tempo leva as pessoas de qualquer jeito.
Por que as pessoas não podem viver ao ponto de pelo menos não deixarem tantos sonhos incompletos? Por que morrem tão de repente e porque somem da nossa vida mesmo em lembrança? Não consigo lidar bem com esse tipo de perda. E o pior, é que mais cedo ou mais tarde, isso acontecerá comigo também. Eu também morrerei...
Hoje sou eu que choro por pessoas que amei, e no futuro? Quem irá chorar por mim? Eu perderei tudo, até a mim mesmo. Perderei as coisas bonitas do ambiente, perderei as noites em que fico apreciando a lua, perderei meu corpo, perderei a paixão... Perderei minha consciência. E será que me tornarei apenas uma lembrança também? Ou menos que isso? Será que alguém vai se lembrar de mim?
Talvez no início...
Quando meu corpo estiver no caixão e sendo enterrado... Um tempo depois, começarei a ser esquecido. E tudo será como se eu não tivesse existido. Tudo será como se eu fosse nada, e tudo sobre mim vai se perder pelo tempo.
Eu tenho medo de morrer... Tenho medo de perder a mim mesmo... Por mais egoísta que isso seja.
Na morte, está a maior tristeza que eu já vi.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ninguém

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A alma sempre pergunta quem sou
Mas isso não consigo responder
Depois de tanta procura
Nenhuma resposta sobrou
E nada sobre mim consigo entender
Passam horas, passam dias
Eu não saio do lugar
Pessoas vão, pessoas vêm
Mas a dúvida persiste em ficar
Dúvida que não só eu tenho, mas não consigo lidar
Dúvida que sempre permanecerá
Não sei o que fazer
Pois não me conheço bem
Não sei onde estou
Pois a resposta está além
Então não me pergunte quem sou
Porque eu, sou ninguém.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Medo

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Ora bem. Todos nós sentimos algum tipo de afinidade por alguém, a maioria de nós tem amizades e a maioria de nós também tem amores. Mas, como lidar com as pessoas? Eu sempre tenho medo dos outros. Por que? Porque pra mim é difícil lidar com perdas, decepções e coisas do tipo. Por mais que eu esteja acostumado, sempre dói. Só que, sempre que aparece alguém querendo se aproximar, uma pequena esperança ecoa na minha cabeça. Uma pequena esperança de que dessa vez vai dar tudo certo, de que não será como a vez anterior... Então eu faço de tudo para me conformar de que um dia serei esquecido e substituído, como se não existisse. E isso também dói. Dói lutar contra os sentimentos mas também dói quando alguém me fere. A coisa em que mais penso é no futuro, principalmente das minhas relações. Pra ser honesto, muitas vezes eu acerto o que vai acontecer, mas não me sinto bem com isso, pois o que sempre acerto é que a pessoa não era o que eu achava e que tudo se dissolveria. Então sempre que alguém vem, eu tento me convencer ao máximo de que irei terminar deprimido. Mas isso cansa muito... Por um lado eu estou subestimando as pessoas, mas por outro, estou me preservando. Será que eu devo continuar a me forçar a ser sozinho, ou eu devo dar mais chances aos sentimentos e as pessoas? Eu sei o que é melhor fazer, mas para ser sincero, eu não tenho muitas condições de sofrer denovo...
E esse é um dos fardos que carrego: o medo das pessoas.

Isso me faz ser medroso? Incapaz? Filho da puta? Provavelmente todas as três.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Perdido no spaço

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Sim, eu sei que esse é o título do blog.



Que lugar é esse, onde o tempo não existe?
Que lugar é esse, onde o tédio persiste?
Que lugar é esse, que parece uma prisão?
Será que estou sob alguma punição?
Esse lugar onde não existe nada,
Esse lugar que nunca acaba,
Esse lugar onde sempre ando,
Esse lugar que não dá descanso.
Não sei quando aqui cheguei,
Mas sei que aqui sempre estarei
Dando infinitos passos,
Como um perdido na imensidão do espaço...

Poema do tédio

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Hoje não tenho o que escrever,
Mas preciso disso pra me sentir bem.
A noite inteira fiquei pensando
E então... o que vou fazer?
Imitar um poeta? impossível!
Hoje não sinto dor,
E não se quebrou nenhuma barreira intransponível
Falar de amor? ah, amor...
Já passou o eterno amor...
Já passou o grande encanto
Já passou toda aquela dor.
Falar sobre mim? Isto já não tem importância.
Não tenho grandes talentos,
Ou histórias em abundância.
Solidão?Dela não reclamo,
Se você aprende a viver sozinho,
Nada mais lhe deixa em prantos.
Então... Qual o significado disso?
Não sei,
Apenas escrevo...
Hoje não tenho histórias para contar...
Não tenho nada para desabafar,
Na verdade, não tenho nada que irá lhe agradar.
Ignore as rimas, ignore o autor...
Ignore tudo pelo que minha vida já passou.
Apenas ignore...
Ignore a dor que todos sentimos,
Ignore todas as histórias de amor que construímos,
Ignore todas as dúvidas que possuímos,
E olhe para frente, onde está tudo que ainda não vimos.
Rimas, rimas...
Já faço sem querer...
Depois de tanto escrever,
Elas insistem em aparecer.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Auto-mutilação

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É, dessa vez direi um pouco (ou muito) sobre a auto-mutilação... Aliás, tentar dizer sobre os painkillers em geral.

Auto-mutilação significa se ferir, mutilar (não me diga?). Enfim... Geralmente é praticada por pessoas que estão em depressão, ansiedade ou então pelas pessoas que se sentem vazias (esse era o meu motivo), afinal, é melhor sentir dor do que não sentir nada. Realmente, faz a dor interna passar, te acalma, te "faz bem"... Mas infelizmente, te destrói aos poucos ou aos muitos.
Caso alguém ainda tenha esse pensamento imbecil, auto-mutilação não é coisa de emo. É um problema sério que deve ser considerado e devidamente tratado.
Eu me cortei em um período de um ano: tornozelo, pulsos, etc. e deixo aqui a minha experiência com isso.

Sempre briguei muito com uma amiga que se cortava, mas não pelo fato dela se cortar, mas sim porque ela meio que vivia deprimida, então, eu como pessoa ingênua, viva preocupado, nervoso, angustiado, etc. Então comprei uma caixa de giletes para ver se funcionava de verdade. E funcionou... Eu sempre fui meio fascinado por sangue, então, me senti de um jeito que nunca senti antes quando vi pela primeira vez aquele líquido vermelho-escarlate escorrendo de um pequeno corte... Foi emocionante.
Então sempre que eu estava deprimido, nervoso, preocupado, com gastrite(?), eu pegava a gilete e me cortava. Meus pais desconfiavam, me perguntavam o que era, mas eu dizia que era brincadeira minha com os cachorros, qualquer desculpa, mas nunca deixava eles imaginarem que eu me cortava. Enfim, passei por uma fase muito difícil... Me afastei de todas as pessoas próximas, e só mantive algumas amizades online, que aliás, uma delas era um dos maiores motivos para eu me cortar. Um dia, desabafei tudo com minha madrinha (como eu ainda era ingênuo, ai ai...), que contou tudo pro meu pai. O que meu pai fez? Nada. Ele não fez nada.
Depois que fiquei um tempo sem me cortar, mas ainda tinha meus motivos para estar deprimido, eu não quis mais saber de nada e voltei a cortar. Mas eu comecei a cortar de um jeito diferente... Eu tinha mais sede de sangue. Os cortezinhos superficiais não me satisfaziam mais, eu queria mais sangue, mais dor, mais emoções, mais segurança, mais calma... Então as minhas cicatrizes começaram a não sumir mais (gilete é uma desgraça), então as marcas ficaram estranhas, minha mãe suspeitava, meu pai pouco se fodia... Mas eu não contava para mais NINGUÉM próximo. Então, veio a minha fase de depressão profunda. Eu não comia, não saia do quarto, tinha variações rápidas de humor, sentia vontade de rir, chorar do nada, me sentia preocupado, feliz, deprimido, nervoso, tudo isso em questão de segundos, e... Eu pensava muito. Eu pensava, ficava desesperado, começava a tremer, chorar, ficava com febre... Eu já não me controlava mais. Esses surtos aconteciam na escola, no curso, na condução, no meio da rua... Todos pareciam querer me enganar, todos pareciam "meus inimigos"... Eu até cheguei a acreditar fortemente durante um tempo que eu não existia, sim, eu acreditava que meu corpo, esse mundo, minha família e todas as pessoas eram coisas criadas pela minha MENTE. Eu não confiava em mais ninguém, e parecia que a loucura chegava perto de mim. O engraçado foi que nesse tempo eu mal peguei numa gilete, eu achava que até o sentimento de dor era falso, então, não dor me aliviava. Então, no final do ano passado, minha amada "amiga" voltou a falar comigo, veio desesperada, dizendo que me amava, que precisava de mim... Isso me espantou. De certa forma, minha depressão foi embora durante um tempo e eu descobri por um tempo o que era ser feliz. Nesse tempo eu comecei a sentir falta da gilete... Eu sentia a vontade falar comigo. E claro, essa amiga voltava a me preocupar e deprimir, mas dessa vez a vontade era diferente. Não era algo que me fazia sofrer que chamava essa vontade, mas era algo de dentro. Então, eu cheguei ao meu ápice. Eu me cortei, cortei, cortei... Tive que tomar oito pontos no pulso esquerdo, e perdi uma quantidade considerável de sangue. De quebra, umas semanas depois minha amada amiga me descartou, e eu voltei ao fundo do poço (vide texto Subsolo). Mas isso eu contarei outro dia... Então a única coisa que eu queria era me cortar. Mas eu tinha jogado minhas giletes fora e tinha "me proibido" de comprar denovo. Foi horrível. Eu me senti um verdadeiro escravo da gilete. Eu ficava ansioso, nervoso, como se todas as minhas sensações antigas voltassem só para eu me cortar. Então eu me mordia... Me arranhava... Fazia de tudo para tentar mandar a dor embora. Mas eu não conseguia. Não...
Por mais que aquilo fosse afetar minha estética, eu não ligava... Por mais marcas que poderia me deixar, eu não ligava... Por mais sangue que eu derramava, eu não ligava... Tudo o que eu queria era simplismente ver meu sangue fluir fora do meu corpo.

Com muita força de vontade e ajuda de uns amigos, eu consegui parar. Não foi fácil...
Eu sei que existem casos piores que o meu, mas posso garantir, queridos leitores, por menor que tenha sido minha experiência com a auto-mutilação, foi um pesadelo. Essas cicatrizes eu vou levar para sempre, infelizmente. E eu não me orgulho disso.
Fiz pequeno e trabalhoso vídeo sobre esse assunto, se quiserem ver, aí está ele:





O vídeo tem duas ou três fotos minhas, não me lembro. lol
Por favor, considerem isso, saibam que fiz pensando em vocês. Antes de fazer seu primeiro corte, pense. Por maior que seja a dor, resista!
Eu não consegui resistir, e se pudesse voltar no tempo, teria feito diferente.

Luccas Magalhães

Sim, eu faço meus posts impulsivamente.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Subsolo

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Todos nós perdemos pessoas amadas.

Sou um homem nobre. Amo o mundo e as coisas ao meu redor, aceito a vida de peito aberto e a amo, acima de todas as coisas. Eu amo... Eu sinto...
Eu tenho pessoas para amar e também sou amado. A tristeza é sempre passageira e deixa aprendizado. Corro em busca da plenitude, e me esforço o máximo para isso. Um dia... Um dia, sei que conseguirei.
Tento ajudar a todos que estão a minha volta sempre. Quanto mais amizades, mais facilidade terei para vencer os obstáculos e tirar aprendizado disso.


Mentira.

É mentira...

Eu sou uma pessoa péssima. Não sirvo para ter amizades, não sirvo para amar e não sirvo para ser amado. De forma alguma.
Faço o máximo possível para trazer dor a quem me rodeia. Sentia prazer em ser grosso, ignorar e ferir quem vinha falar comigo e tentar se aproximar.
É de se esperar que tenham nojo...


Mentira.

Também é mentira...

Eu não sou assim. Eu não consigo ser assim... Eu não consigo ser um homem bom, nem ser um verme... Na verdade, nem consigo ser um homem! O que eu sou? Não sei... Não consigo ser. Eu não sou nada... Uma criação mal-sucedida da natureza, talvez... Por que acho isso?
Eu cometo diariamente o pior pecado contra a natureza. Eu desprezo a vida - completamente. Eu desprezo todas as leis naturais. Desprezo a morte, desprezo as superstições, desprezo o corpo, desprezo a mente, desprezo a mim mesmo. Isso não é inaceitável?!
Vazio... Apenas vazio. Não sei o que quero... Estou quase certo de que nessa vida, eu não quero nada. O que tenho? A dor.
Me lembrei de que sinto dor. Me lembrei há poucas semanas... Por alguns meses ela foi embora.
Na verdade, achei que ela nunca voltaria. como fui ingênuo (ou burro)... Ela sempre volta.... Sempre voltará... E sempre estará aqui, do meu lado, falando em minha cabeça e me lembrando do passado... Do lindo passado... Em que a dor era mais tênua e meus momentos de felicidade pareciam eternos!
Não voltarão os momentos de felicidade. Sabem por que?
Porque a dor e a decepção sempre estarão aqui, elas sempre aparecerão e acabarão com os raros e breves momentos felizes.

Eu tenho um péssimo defeito, ou talvez qualidade, ainda não sei... Até hoje eu gostei de pouquíssimas pessoas. Dá para contar nos dedos de apenas uma mão! E o engraçado, é que todas as pessoas que eu amei em minha vida se foram, pelo destino, pelo tempo, ou por erros meus... Eu não posso ter amigos. Não, não posso... Eles não me agüentariam. Não agüentariam tantas reclamações de um idoso. Não agüentariam se preocupar comigo... Então me isolo. Não gosto de machucar os outros com a minha dor.
E também não consigo ao menos sentir raiva de quem me machucou... Apenas choro quando lembro delas, enquanto elas vivem suas vidas e me esquecem.
Eu sou realmente só isso? Só mais um personagem na vida dos outros? Sim... Eu sou.
E não adianta falar em amor próprio - isso é uma coisa que não tenho há muito tempo. Como uma criatura como eu, que não tem temência, que se despreza e não entende nada pode ao menos pensar em se amar? Impossível. Isso me torna desumano... Isso me torna a aberração.
A minha dor... Essa dor não me traz ganho, não me traz fortuna e nem aprendizagem. Ela só me traz dor. Não sei há quanto tempo a tenho, mas isso na verdade não importa, pois a carregarei a vida inteira.
Não digo que viverei depressivo, isso também é impossível. Ainda haverão os dias em que eu estarei de bom humor, haverão os dias em que eu me sentirei bem... Mas essa dor é eterna. Não importa o quanto se tente, ela sempre volta. E cada vez que ela volta, ela machuca mais, mais, mais e mais.
Talvez estejam se perguntando como eu passei meses sem sentir dor... Na verdade, eu cometi um ato "suicida".
Já disse que não sirvo para ser amado ou para amar, e isso sempre soube. Mas corri atrás dos sentimentos, dos verdadeiros sentimentos. Nessa busca eu me senti feliz... Achei que os tinha alcançado... E pensei: "não importa se eu sofrer depois, eu vou assumir esse risco!". Tolo pensamento... Não haveria "se eu sofresse"... Eu IRIA sofrer, como é programado.
Então depois de um tempo eu bati no grande muro, no grande muro chamado "Impossível". Depois que bati nesse muro e acordei, a dor automaticamente voltou... É isso que acontece quando se tenta lutar contra sua natureza. Você se esbofeta nesse grande muro.
E então, o que eu faço? Nada... Não faço nada, absolutamente nada, pois não há nada que eu possa fazer. "Não se conserta um brinquedo que nasceu quebrado.".
Minha dor pode não ser maior do que de outra pessoa, mas a minha dor só é sentida por mim. A minha dor nunca será curada por outra pessoa. O único que pode me curar sou eu mesmo... Mas ainda não tenho, e nem sei se terei capacidade para isso. Essa é a minha mente. Esse é meu subsolo...
Sempre me dizem coisas como: "você é muito novo para estar assim", "eu não entendo sua necessidade de se isolar.", "você não está sozinho, eu estou aqui... E eu te amo."... Mas elas não me entendem. Elas não querem entender.

Quem quer se perder em sua própria mente? Quem quer parecer um louco aos olhos de todos? Quem gostaria de viver no subsolo??? NINGUÉM! Ninguém quer viver no subsolo!
Eu simplismente nunca vou vencer o meu passado, aquele que reflete meu presente e escreve meu futuro. Nunca. Nunca vencerei os fantasmas das pessoas que amei por anos... Mesmo meu passado me machucando, ele é a única coisa que ainda me resta.
Apenas sentindo o tédio da busca... O cansaço das sensações ruins. O cansaço de existir.
Só esperar a vida me levar... Apenas isso... Sentindo e causando menos dor possível.