sábado, 27 de novembro de 2010

São 5.

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Foi-se o tempo,
Foi-se a alegria,
Foi-se o momento,
Foi-se a energia.
Foi-se o plano,
Foi-se a hora,
Foi-se o encanto,
Foi-se a aurora.
Foi-se o abraço,
Foi-se o beijo,
Foi-se o compasso,
Foi-se o gracejo.
A memória guardada,
Hoje se apaga com dificuldade.
No coração como uma alfinetada
É a dor da sua saudade.


Foi-se

domingo, 21 de novembro de 2010

Rotina

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Como sempre, ele continua andando. O vento bate em seu rosto, os olhos se fecham pouco a pouco, ele faz um rabo de cavalo para não ter problemas com o cabelo. Sobe a passarela, entra na estação de metrô, senta e espera. Olha para todos, como sempre. E como sempre, se pergunta para onde está indo. Para onde realmente queria ir. "Metrôs não viajam no tempo, rapaz. Não adianta." Algumas estações se passam, e ele está no coração da cidade. Sai do metrô, pega a outra linha. Se pergunta mais uma vez se faria diferença ir para outro lugar que não pretende. "Não... Eu não posso mais voltar lá.". O peito dói. Vai pro norte, querendo ir pro sul. Mas, se fosse pro sul, o que estaria lá? O sul já não é mais o mesmo sul. Mais algumas estações, e ele chega onde deve chegar. Sobe as escadas, pensando na sua própria vida, como sempre. Não queria pensar em mais nada... Já não tinha mais tanta empolgação ou ansiedade para chegar ao lugar marcado. No dia seguinte, volta pra casa. Querendo que o metrô atravessasse as linhas do tempo, em direção ao sul. Como sempre.