sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ninguém

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A alma sempre pergunta quem sou
Mas isso não consigo responder
Depois de tanta procura
Nenhuma resposta sobrou
E nada sobre mim consigo entender
Passam horas, passam dias
Eu não saio do lugar
Pessoas vão, pessoas vêm
Mas a dúvida persiste em ficar
Dúvida que não só eu tenho, mas não consigo lidar
Dúvida que sempre permanecerá
Não sei o que fazer
Pois não me conheço bem
Não sei onde estou
Pois a resposta está além
Então não me pergunte quem sou
Porque eu, sou ninguém.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Medo

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Ora bem. Todos nós sentimos algum tipo de afinidade por alguém, a maioria de nós tem amizades e a maioria de nós também tem amores. Mas, como lidar com as pessoas? Eu sempre tenho medo dos outros. Por que? Porque pra mim é difícil lidar com perdas, decepções e coisas do tipo. Por mais que eu esteja acostumado, sempre dói. Só que, sempre que aparece alguém querendo se aproximar, uma pequena esperança ecoa na minha cabeça. Uma pequena esperança de que dessa vez vai dar tudo certo, de que não será como a vez anterior... Então eu faço de tudo para me conformar de que um dia serei esquecido e substituído, como se não existisse. E isso também dói. Dói lutar contra os sentimentos mas também dói quando alguém me fere. A coisa em que mais penso é no futuro, principalmente das minhas relações. Pra ser honesto, muitas vezes eu acerto o que vai acontecer, mas não me sinto bem com isso, pois o que sempre acerto é que a pessoa não era o que eu achava e que tudo se dissolveria. Então sempre que alguém vem, eu tento me convencer ao máximo de que irei terminar deprimido. Mas isso cansa muito... Por um lado eu estou subestimando as pessoas, mas por outro, estou me preservando. Será que eu devo continuar a me forçar a ser sozinho, ou eu devo dar mais chances aos sentimentos e as pessoas? Eu sei o que é melhor fazer, mas para ser sincero, eu não tenho muitas condições de sofrer denovo...
E esse é um dos fardos que carrego: o medo das pessoas.

Isso me faz ser medroso? Incapaz? Filho da puta? Provavelmente todas as três.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Perdido no spaço

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Sim, eu sei que esse é o título do blog.



Que lugar é esse, onde o tempo não existe?
Que lugar é esse, onde o tédio persiste?
Que lugar é esse, que parece uma prisão?
Será que estou sob alguma punição?
Esse lugar onde não existe nada,
Esse lugar que nunca acaba,
Esse lugar onde sempre ando,
Esse lugar que não dá descanso.
Não sei quando aqui cheguei,
Mas sei que aqui sempre estarei
Dando infinitos passos,
Como um perdido na imensidão do espaço...

Poema do tédio

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Hoje não tenho o que escrever,
Mas preciso disso pra me sentir bem.
A noite inteira fiquei pensando
E então... o que vou fazer?
Imitar um poeta? impossível!
Hoje não sinto dor,
E não se quebrou nenhuma barreira intransponível
Falar de amor? ah, amor...
Já passou o eterno amor...
Já passou o grande encanto
Já passou toda aquela dor.
Falar sobre mim? Isto já não tem importância.
Não tenho grandes talentos,
Ou histórias em abundância.
Solidão?Dela não reclamo,
Se você aprende a viver sozinho,
Nada mais lhe deixa em prantos.
Então... Qual o significado disso?
Não sei,
Apenas escrevo...
Hoje não tenho histórias para contar...
Não tenho nada para desabafar,
Na verdade, não tenho nada que irá lhe agradar.
Ignore as rimas, ignore o autor...
Ignore tudo pelo que minha vida já passou.
Apenas ignore...
Ignore a dor que todos sentimos,
Ignore todas as histórias de amor que construímos,
Ignore todas as dúvidas que possuímos,
E olhe para frente, onde está tudo que ainda não vimos.
Rimas, rimas...
Já faço sem querer...
Depois de tanto escrever,
Elas insistem em aparecer.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Auto-mutilação

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É, dessa vez direi um pouco (ou muito) sobre a auto-mutilação... Aliás, tentar dizer sobre os painkillers em geral.

Auto-mutilação significa se ferir, mutilar (não me diga?). Enfim... Geralmente é praticada por pessoas que estão em depressão, ansiedade ou então pelas pessoas que se sentem vazias (esse era o meu motivo), afinal, é melhor sentir dor do que não sentir nada. Realmente, faz a dor interna passar, te acalma, te "faz bem"... Mas infelizmente, te destrói aos poucos ou aos muitos.
Caso alguém ainda tenha esse pensamento imbecil, auto-mutilação não é coisa de emo. É um problema sério que deve ser considerado e devidamente tratado.
Eu me cortei em um período de um ano: tornozelo, pulsos, etc. e deixo aqui a minha experiência com isso.

Sempre briguei muito com uma amiga que se cortava, mas não pelo fato dela se cortar, mas sim porque ela meio que vivia deprimida, então, eu como pessoa ingênua, viva preocupado, nervoso, angustiado, etc. Então comprei uma caixa de giletes para ver se funcionava de verdade. E funcionou... Eu sempre fui meio fascinado por sangue, então, me senti de um jeito que nunca senti antes quando vi pela primeira vez aquele líquido vermelho-escarlate escorrendo de um pequeno corte... Foi emocionante.
Então sempre que eu estava deprimido, nervoso, preocupado, com gastrite(?), eu pegava a gilete e me cortava. Meus pais desconfiavam, me perguntavam o que era, mas eu dizia que era brincadeira minha com os cachorros, qualquer desculpa, mas nunca deixava eles imaginarem que eu me cortava. Enfim, passei por uma fase muito difícil... Me afastei de todas as pessoas próximas, e só mantive algumas amizades online, que aliás, uma delas era um dos maiores motivos para eu me cortar. Um dia, desabafei tudo com minha madrinha (como eu ainda era ingênuo, ai ai...), que contou tudo pro meu pai. O que meu pai fez? Nada. Ele não fez nada.
Depois que fiquei um tempo sem me cortar, mas ainda tinha meus motivos para estar deprimido, eu não quis mais saber de nada e voltei a cortar. Mas eu comecei a cortar de um jeito diferente... Eu tinha mais sede de sangue. Os cortezinhos superficiais não me satisfaziam mais, eu queria mais sangue, mais dor, mais emoções, mais segurança, mais calma... Então as minhas cicatrizes começaram a não sumir mais (gilete é uma desgraça), então as marcas ficaram estranhas, minha mãe suspeitava, meu pai pouco se fodia... Mas eu não contava para mais NINGUÉM próximo. Então, veio a minha fase de depressão profunda. Eu não comia, não saia do quarto, tinha variações rápidas de humor, sentia vontade de rir, chorar do nada, me sentia preocupado, feliz, deprimido, nervoso, tudo isso em questão de segundos, e... Eu pensava muito. Eu pensava, ficava desesperado, começava a tremer, chorar, ficava com febre... Eu já não me controlava mais. Esses surtos aconteciam na escola, no curso, na condução, no meio da rua... Todos pareciam querer me enganar, todos pareciam "meus inimigos"... Eu até cheguei a acreditar fortemente durante um tempo que eu não existia, sim, eu acreditava que meu corpo, esse mundo, minha família e todas as pessoas eram coisas criadas pela minha MENTE. Eu não confiava em mais ninguém, e parecia que a loucura chegava perto de mim. O engraçado foi que nesse tempo eu mal peguei numa gilete, eu achava que até o sentimento de dor era falso, então, não dor me aliviava. Então, no final do ano passado, minha amada "amiga" voltou a falar comigo, veio desesperada, dizendo que me amava, que precisava de mim... Isso me espantou. De certa forma, minha depressão foi embora durante um tempo e eu descobri por um tempo o que era ser feliz. Nesse tempo eu comecei a sentir falta da gilete... Eu sentia a vontade falar comigo. E claro, essa amiga voltava a me preocupar e deprimir, mas dessa vez a vontade era diferente. Não era algo que me fazia sofrer que chamava essa vontade, mas era algo de dentro. Então, eu cheguei ao meu ápice. Eu me cortei, cortei, cortei... Tive que tomar oito pontos no pulso esquerdo, e perdi uma quantidade considerável de sangue. De quebra, umas semanas depois minha amada amiga me descartou, e eu voltei ao fundo do poço (vide texto Subsolo). Mas isso eu contarei outro dia... Então a única coisa que eu queria era me cortar. Mas eu tinha jogado minhas giletes fora e tinha "me proibido" de comprar denovo. Foi horrível. Eu me senti um verdadeiro escravo da gilete. Eu ficava ansioso, nervoso, como se todas as minhas sensações antigas voltassem só para eu me cortar. Então eu me mordia... Me arranhava... Fazia de tudo para tentar mandar a dor embora. Mas eu não conseguia. Não...
Por mais que aquilo fosse afetar minha estética, eu não ligava... Por mais marcas que poderia me deixar, eu não ligava... Por mais sangue que eu derramava, eu não ligava... Tudo o que eu queria era simplismente ver meu sangue fluir fora do meu corpo.

Com muita força de vontade e ajuda de uns amigos, eu consegui parar. Não foi fácil...
Eu sei que existem casos piores que o meu, mas posso garantir, queridos leitores, por menor que tenha sido minha experiência com a auto-mutilação, foi um pesadelo. Essas cicatrizes eu vou levar para sempre, infelizmente. E eu não me orgulho disso.
Fiz pequeno e trabalhoso vídeo sobre esse assunto, se quiserem ver, aí está ele:





O vídeo tem duas ou três fotos minhas, não me lembro. lol
Por favor, considerem isso, saibam que fiz pensando em vocês. Antes de fazer seu primeiro corte, pense. Por maior que seja a dor, resista!
Eu não consegui resistir, e se pudesse voltar no tempo, teria feito diferente.

Luccas Magalhães

Sim, eu faço meus posts impulsivamente.